Veja como é fácil montar uma horta com materiais recicláveis

Por Daniel Garcia,

Antes de descartar algum objeto de sua residência ou local de trabalho tente destiná-lo a outra função, por exemplo, como vaso ou suporte para plantas. Devido à grande quantidade de recipientes descartados diariamente e que poderiam ser reaproveitados para diversas finalidades, a prática de reciclagem passa a ser uma atitude comunitária e de bem com o meio ambiente.
Usar a criatividade parece algo complicado, mas você se surpreenderá com a tua capacidade após investigar por alguns instantes a finalidade adequada para um determinado objeto que teria o lixo comum como destino final. Alguns exemplos de objetos que podem ser reutilizados como vasos e jardineiras são: garrafas PET, recipientes de margarina e de leite, bules e pneus. Outros, como gavetas de armário, pedaços de cano PVC, telhas de fábrica (desprovida de amianto) e um carro, isso mesmo um carro!, estão entre os recipientes menos comuns, porém, de reaproveitamento plausível. Faça como o Sr. Domingos, autônomo na profissão de conserto de eletrodomésticos e máquinas de escrever, é um especialista em observar finalidades criativas para materiais recicláveis que passam pela sua loja, em São Paulo (SP). É possível observar nas últimas figuras deste artigo que ele usou carcaças antigas de aspiradores de pó para montar uma jardineira com plantas medicinais e ornamentais. Normalmente, essas carcaças seriam descartadas no lixo comum devido a dificuldade em achar centros de coleta de materiais recicláveis e, neste momento, poderiam estar em processo de decomposição num dos aterros sanitários da cidade ou em locais inapropriados, como no Rio Tietê, por exemplo. Iniciativas como a do Sr. Domingos ajudam a cidade no combate ao destino impróprio de materiais recicláveis e ainda contribui para a propagação de plantas na cidade de São Paulo.   
Se o destino para um recipiente for servir de vaso, faça um planejamento simples de como será feito o reaproveitamento, de forma que a espécie e porte da planta, bem como o local onde você deseja colocá-la, sejam apropriados.
O primeiro passo é observar se o recipiente possui profundidade suficiente para suportar uma ou mais  espécies vegetais. O próximo passo é escolher plantas que não sofrerão com a falta ou excesso de luz (ver artigo: Planeje você mesmo sua horta dentro de casa: cultivo de plantas medicinais, aromáticas e condimentares). É importante consultar um ou mais livros sobre cultivo (referências 1, 2 e 3) a fim de aprimorar teu conhecimento sobre as exigências de cada planta que deseja cultivar. Geralmente o tipo de terra, quantidade de água, de adubo e de luz diária são os fatores mais importantes a serem observados (ver artigo: Jardim de aromas). O terceiro passo é unir o útil ao agradável, pois você deverá escolher um local onde além da luminosidade suficiente para as plantas, seja também de fácil acesso para as pessoas apreciarem as hortas.
Dependendo do tipo de recipiente, você poderá cultivar plantas de pequeno porte, como: alfazema (Lavandula sp.), poejo (Mentha pulegium), tomilho (Thymus vulgaris), cebolinha (Allium fistulosum), salsinha (Petroselinum crispum), alface (Lactuca sativa), rúcula (Eruca sativa) entre outras. Para aproveitar os recipientes maiores é recomendável o cultivo das seguintes plantas: capim-limão (Cymbopogon citratus), erva-cidreira (Lippia alba), manjericão (Ocimum basilicum, ver artigo: Manjericão), alecrim (Rosmarinus officinalis) entre outras. Tome cuidado com as espécies vegetais tóxicas (ver artigo: Plantas tóxicas na ponta do nariz).
Portanto, não hesite em fazer uma horta ou jardineira com recipientes recicláveis. Use a criatividade, aproveite o espaço no ambiente onde você vive e ajude a manter a cidade menos poluída e com mais vegetação!

Agradecimentos: Sr. Domingos Garcia Filho (meu pai) por ceder as fotos e compartilhar as ideias e Coletivo CURARE por incentivar a publicação inicial deste texto (ver artigo no blog).
Referências de livros:
1. CORREA JR, C., MING, L.C., SCHEFFER, M.C. Cultivo agroecológico de plantas medicinais, aromáticas e condimentares. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, P. 75, 2006.
2. FURLAN, M. R. Cultivo de plantas medicinais. Cuiabá: 3 ed. vol. 1, SEBRAE, p. 137. 2005.
3. FURLAN, M. R. Cultivo de plantas aromáticas e condimentares. Cuiabá: 3 ed. vol. 1, SEBRAE, p.121, 1998.













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