Estévia (Brasil) X Maconha (Ásia)
A Copa do Mundo das Plantas Medicinais
Fonte:
http://www.tropicos.org/
Nome científico: Stevia rebaudiana (Bert.) Bertoni
Nomes vernaculares: estévia, capim-doce, erva-adocicada, folha-doce, erva-doce, planta-doce.
Características botânicas: semi-arbustiva e apresenta aproximadamente um metro de altura. O caule possui coloração parda, é pubescente e folhoso até o ápice. Folhas simples, com até 6,0 cm de comprimento e até 2,5 cm de largura, verde escuras na face adaxial e mais claras na abaxial, de disposição oposta, alternas apenas quando junto à inflorescência, membranosas, espatuladas a lanceoladas, sésseis, base atenuada e margem serrilhada, com 3 nervuras longitudinais. As flores são hermafroditas, pequenas e levemente perfumadas, sendo que a polinização é cruzada. Quando presentes, as flores são todas iguais, reunidas em capítulos e protegidas por um invólucro de 5 ou 6 brácteas. Fruto, quando presente, do tipo aquênio.
Origem: nativa da região tropical brasileira, provavelmente entre os estados de MT e PR.
Aspectos agronômicos: propagação agâmica é mais recomendada, pois evita a segregação, já que é uma planta que possui polinização cruzada. Se desenvolve melhor em solos de textura média, profundos e férteis. A adubação orgânica deve ser de 10 a 20 t ha-1 de esterco de curral ou de 5 a 10 t ha-1 de esterco de galinha incorporado no solo durante o pré-plantio. A disponibilidade de água, em níveis adequados, é fundamental para o bom desenvolvimento vegetativo da estévia. Sclerotium rolfsii, Septoria steviae, Alternaria steviae são as principais pragas e doenças. A colheita é feita de Setembro à Novembro.
Composição química: as folhas da estévia reúnem diferentes compostos glicosídicos diterpênicos, tais como esteviosídeo; rebaudiosídeos; dulcosídeo; e outros derivados do esteviol. O esteviosídeo, um edulcorante, é uma das substâncias responsáveis por conferir o sabor doce aos adoçantes e o principal componente químico presente nas folhas da estévia. No entanto, o esteviosídeo possui o inconveniente por proporcionar um sabor levemente amargo persistente. O rebaudiosídeo, por sua vez, não apresenta sabor amargo e possui um dulçor de até 400 vezes superior ao da sacarose.
Importância farmacológica: antioxidante, anti-inflamatório e anti-imunomodulatório; atividade mutagênica e bactericida; efeito na função renal, equilibra a pressão sanguínea, o teor de glucose e antiviral.
Importância econômica: o aumento das vendas e da procura por adoçantes é decorrente do interesse das pessoas visando melhorar sua qualidade de vida, já que os adoçantes têm um poder dulcificante muitas vezes maior que o do açúcar, com a vantagem de ter uma quantidade de calorias muito menor. Por este motivo, o mercado de consumo se tornou extremamente lucrativo e se encontra em plena expansão. O consumo de edulcorantes cresceu aproximadamente 35% nos lares brasileiros, nos quais as pessoas têm utilizado algum tipo de produto dietético, sendo os adoçantes de mesa a classe de produtos mais frequente.
Etnofarmacologia: é conhecida há séculos pelos índios Guaranis, pelo seu alto poder edulcorante e pelas propriedades medicinais. Na etnobotânica do Espírito Santo, ela é indicada para azia, obesidade, hipertensão, diurética e cardiotônica. Já no Mato Grosso, o chá é utilizado para pressão alta e doenças de pele.
Fonte: http://www.tropicos.org/
Nome científico: Cannabis sativa L.
Nomes vernaculares: maconha, cânhamo, diamba, dirígio ou dirijo, fumo-brabo, fumo-de-angola, liamba, panga e soruma.
Características botânicas: é dioica e atinge alturas variáveis desde 60 cm até 7 m, dependendo das condições de cultivo e da variedade. No Brasil, essa espécie chega até cerca de 1,5 a 2 m de altura. A planta feminina é maior que a masculina e possui maior massa foliar. O caule é de cor verde escura, ereto, oco, apresenta superfície áspera ao tato, ligeiramente quadrangular e possui fibras industrialmente importantes. As folhas localizadas inferiormente nos caules têm disposições opostas, ao passo que as folhas da ponta dos ramos são alternas. São longo pecioladas, palmatissectas sustentadas por um pecíolo de 5 a 7 cm de comprimento. Cada folha apresenta de 5 a 7 folíolos verde escuros, que emergem da parte superior do pecíolo. Os folíolos podem atingir até 25 cm de comprimento, geralmente com formato semelhante a uma lança e com bordas serrilhadas.
Origem/distribuição geográfica: O Cannabis se propagou da China à Índia, para o norte da África, chegando à Europa, América do Norte e do Sul.
Aspectos agronômicos: propaga-se por sementes. É rústica quanto ao tipo de solo e de clima, porém, não tolera geadas. Plantações em países com clima temperado desenvolvem a planta com concentrações de resina muito baixa e, consequentemente, menor quantidade de THC (tetrahidrocanabinol). Cultivos em condições controladas podem produzir plantas com altas concentrações dessa substância.
Composição química: dentre as principais substâncias, destacam-se os óleos essenciais, flavonoides, açúcares, aminoácidos, ácidos graxos, compostos nitrogenados e os terpenofenóis (entre eles THC).
Importância farmacológica: já foi conhecida como “assassina da juventude”, mas ela possui diversas aplicações farmacológicas se utilizadas com acompanhamento médico, como: atividade analgésica, anódina, antiemética, antiespasmódica, calmante do sistema nervoso, estomático, narcótico, sedativo, tônico. A atividade farmacológica da planta está associada principalmente à classe terpenofenólica, que é composta por diversos canabinóides.
Importância econômica: Podem ser utilizadas para a fabricação de papel, de cordas e até fios para a confecção de roupas, pois as fibras do caule são resistentes e tem grande durabilidade. Das sementes pode-se extrair um óleo utilizado na produção de sabão, tintas e mesmo do óleo de cozinha.
Etnofarmacologia: É uma das plantas mais antigas de que o homem tem conhecimento, com relatos de uso há mais de 4000 anos, quando foi mencionada na Farmacopeia Chinesa.
Destaque: Há mais de trinta anos que o CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) vem lutando pelo reconhecimento e regulamentação do uso medicinal da maconha no Brasil.
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